terça-feira, 15 de abril de 2014

Crítica: Capitão América: O Soldado Invernal





Tentarei ser direto e eficiente como o Soldado Invernal, que compõe o título da segunda aventura solo de Steve Rogers, o supersoldado (desta vez ele realmente demonstra ser), a lenda a altura da lenda como bem definiu Tony Stark em seu breve debate com Loki nos Vingadores.
Como os próprios traillers mostravam, o filme é uma excelente obra no gênero de ação/espionagem, superou minhas expectativas em vários aspectos que para  facilitar meu trabalho e sua leitura irei dividi-los abaixo:


A trama

Não fazendo muitas menções a vingadores como em Homem de Ferro 3, o filme se apoia no principal problema de Rogers, não, não é descolar uma garota, mas sim se acostumar ao mundo de valores distorcidos e tomado pelo medo, fazendo com que opiniões divergentes entre espiões e soldados sempre permeiem pelo roteiro.
Na minha humilde opinião, o melhor roteiro entre todas as produções da Marvel.  Piadas ? Claro que estão lá, mas sem que exageros. Violento ?  Bem mais que alguns outros filmes da Casa das Ideias, mas nada que assuste as pobres e indefesas crianças(ainda existem?) do nosso mundo. Coerente ?  Sim, os roteiristas fizeram um ótimo trabalho, podemos dizer que é uma das melhores adaptações de heróis para o cinema.



O Capitão

Quem assistiu ao primeiro filme, sabe que ele era uma obra de origem, focada em mostrar as principais qualidades de Steve Rogers, seu caráter e sua fé nas pessoas.  A meu ver, a única coisa que realmente me incomodou na primeira película foi o fato que o soro do super soldado não o deixou tão super.  Mesmo em Vingadores, faltam boas cenas onde ele possa mostrar suas habilidades físicas, temos raros lampejos disso, mas em Capitão América: O Soldado Invernal, temos a oportunidade de ver que Steve Rogers é um exército de um homem só, são saltos, acrobacias, chutes, murros e seu escudo ricocheteando de forma perfeita, como nos quadrinhos. 
A atuação de Chris Evans com Steve não deixa a desejar, até o mostra mais confiante e isso é bom para amenizar as constantes críticas do seu trabalho que não é nenhum De Niro no auge, mas está longe de ser um Fiuk!

Outro ponto importante, é a sua liderança em campo, diferente do que vimos em Vingadores onde ele estava de certa forma sendo encoberto pelo carisma de Anthony "Robert Downey Jr" Stark e a liderança de Nick Fury, desta vez ele mostra que ele é peça fundamental dentro de qualquer operação sendo o comandante e acima de tudo o exemplo que inspira seus comandados, isso fica bem claro num breve discurso que foi muito bem escrito, que tal como todo o roteiro mostrou o personagem sem deixá-lo patriota ou piegas demais, apenas coerente e honesto com o legado dele nas HQs.
O visual do capitão, diferente daquele cosplay de rico que ele usava em Vingadores, podemos ver ele numa versão mais militar, poucas cores mas o melhor uniforme ainda continua sendo o do primeiro filme, que também é usado no segundo.



O Soldado Invernal

Para quem lê mesmo que por alto quadrinhos ou algumas notícias em sites sobre quadrinhos e cinema, sabe quem é o Soldado Invernal, mas o ponto que quero tratar não é sobre quem, mas o como foi mostrado o dito cujo. Não se enganem, ele não está no filme para ganhar o carisma do telespectador com frases de efeito ou criar cenas de suspense que precedam suas aparições, o maldito aparece do nada, sem avisos e do nada some.  Ele é basicamente uma ferramenta, uma arma, adaptado, treinado e manipulado para um único fim, matar!  Como a própria Viúva Negra diz, ele é visto por muitos como uma lenda, apenas relatos de poucos que estavam no local de suas ações, mas que não eram seus alvos primários podem falar de suas habilidades em mandar gente deste para o outro mundo. 
Um ponto importante é que apesar dele ser o subtítulo do filme, ele não é a maior ameaça do mesmo mas com certeza é um excelente recurso de marketing muito bem empregado pela Marvel e executado de forma primordial no filme. Ele ficou perfeito, visualmente manteve muito bem o design utilizado nos quadrinhos, o ator Sebastian Stan (ops)  consegue passar com poucas palavras a mente confusa e focada que o anos de lavagem cerebral causaram nele. As cenas de ação estão ótimas, seu estilo de luta é uma mistura de "TIRO-FACADANAGARGANTA-TIRO-SOCOESMAGACRÂNIO-GRANADAS-TIRO" o que proporcionou ótimas sequências de luta que nem de longe se tornam cansativas. 



Os Espiões

Uma coisa que o filme também nos presentei é com uma maior profundidade do núcleo espião (Natasha e Fury) e  o cotidiano da SHIELD trazendo para o palco alguns agentes menos importantes em outros filmes e  apresentando novos que irão ter maior relevância nos vindouros filmes. 
Natasha Romanov, a Viúva Negra, encarnada pela futura mamãe Scarlett Johansson prova que é para os Vingadores o que Mística é para os X-Men, uma criatura sem escrúpulos, sempre escondendo algo ou fingindo esconder algo, são raros os momentos onde ela demonstra total sinceridade e se vê totalmente privada de seus disfarces, que me lembre apenas quando Bruce Banner procurou ter um contato mais "físico" com ela em Vingadores.
Já Fury está lá, personificado perfeitamente por Samuel L. Jackson com direito a menções a filmes "Tarantinescos".  O cara deixa claro porque é o maior espião de todos e porque está sempre à frente de tudo e de todos, destaque para a cena de perseguição na cidade.
Além dos dois acima, ainda temos Robert Redford vivendo seu Alexander Pierce, Secretário de Defesa ou algo do tipo que lida direto com toda a burocracia existente entre a SHIELD e o aquele Conselho que vimos em Vingadores. Seu papel é de destaque na trama, e toda a bagagem que Redford tem da uma credibilidade maior ainda ao personagem e ao filme.



Um novo herói adaptado

Anthony Mackie fez o dever de casa, é um bom ator, carismático e soube passar credibilidade a Sam Wilson, um ex-militar com experiência em resgate utilizando técnicas não convencionais, ou seja, o EXO-7 Falcon.  A amizade dele e Steve também soa muito coerente baseado no passado militar de Wilson e a atual atividade num grupo de apoio a veteranos que sofrem com os traumas de guerra, nada mais adequado para ajudar um Steve Rogers deslocado no tempo. As sequencias aéreas são boas, mostram um bom número de possibilidades para o personagem, claro, assim que Stark poder dar uma melhorada no equipamento, digamos que ele ainda é um pouco frágil, mas muito bem adaptado.




Os Mercenários

Logo no início temos uma ótima cena de luta protagonizada por Steve Rogers e Batroc interpretado por George St. Pierrre, diga-se de passagem ficou ótima  variação de golpes e de ter colocado Steve sobre um pouco de pressão, mas só um pouco.
Uma surpresa muito interessante foi a personificação do agente Brock Rumlow que virá a se tornar o Ossos Cruzados,  Frank Grillo passa uma ótima imagem de um cara que tem talento nato para operações especiais, experiência e sabe como fazer um jogo de espiões. Acredito que ele será muito bem aproveitado em outras oportunidades.


Capitão América: O Soldado Invernal está provando a qualidade de tudo que citei acima nas bilheterias, o filme realmente faz uma bela homenagem a obra impressa de Ed Brubaker que serviu de base para alguns pontos do roteiro, valoriza o universo Marvel fazendo referências num sentido amplo, tanto durante o filme como na primeira cena pós-créditos (sim, são duas cenas) e também valoriza o universo mais restrito das aventuras do Capitão América.

Numa escala de 10, daria 9 para Capitão América: O Soldado Invernal, não requer grandes conhecimentos do universo Marvel dos cinemas ou dos quadrinhos para gostar, sendo uma boa opção de entretenimento para não fãs de quadrinhos, já para os fãs, é diversão garantida com alto padrão de qualidade.

Ahh, o filme faz uma pequena referência, mas muito interessante. Olha o que vem pela frente!







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